Laiane Cruz
As eleições deste domingo (7), em Feira de Santana, foram marcadas por filas quilométricas e tumulto em diversos locais de votação. Muitos eleitores reclamaram da falta de informações claras sobre os locais onde deveriam votar, devido ao reordenamento das zonas eleitorais, e a demora no atendimento.
A eleitora Gueysa Argolo chegou ao seu local de votação, no Colégio Monteiro Lobato, no bairro Capuchinhos, por volta de meio-dia, mas só conseguiu votar às 14h. Segundo ela, em todas as salas havia mais de duas sessões funcionando, provocando filas enormes.
“Todas as sessões estão duplicadas. Eu voto aqui há anos e nunca demorei mais de meia hora pra votar. Então isso é uma falta de respeito com o eleitor e nós precisamos lutar pelos nossos direitos. Tenho um amigo que demorou três horas pra votar; pessoas estavam furando a fila e a polícia teve que intervir”, reclamou.
No mesmo local, outras pessoas reclamaram que, apesar da biometria, o processo de digitação de muitos eleitores está lento, e há poucos fiscais para orientar o pessoal. Além dos problemas nos locais de votação, os eleitores também enfrentaram dificuldades para acessar as informações no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estava dando erro.
No Colégio Estadual General Osório, assim como em outros locais, filas grandes e muitas reclamações. O eleitor Marcelo reclamou que no local onde vota também tinha duas sessões e apenas uma urna na mesma sala. “Só não está pior porque não está chovendo, senão seria um caos. Nós temos seis sequências para decorar e muitas pessoas estão tendo dificuldade”, afirmou.
Ele disse ainda que corre o risco de às 17h, horário em que serão fechados os portões dos locais de votação, muitas pessoas ficarem do lado de fora e não conseguirem votar. E outras, pela demora, podem desistir.
O Juiz Eleitoral Vicente Reis Santana, da zona 154, falou na tarde deste domingo de eleições gerais, sobre a lentidão e as filas na hora da votação nas sessões eleitorais, em Feira de Santana. Segundo ele, a biometria tornou o processo mais lento, por esta ter sido a primeira eleição nessa modalidade.
“O que está havendo é que nós temos uma eleição que preza muito pela segurança, que é biometrizada, e praticamente se fez uma revisão do eleitorado. Ela tem essa força, que é o sistema biométrico. Entretanto, isso lentificou um pouco, porque como é experimental, a gente está fazendo pela primeira vez, e apesar dos mesários terem sido treinados, há um desenvolvimento gradual do sistema, também na hora da votação.”
Ele ressaltou ainda que algumas pessoas com pouca alfabetização estão com dificuldade maior para votar para os seis cargos. “Outra questão é quando o dedo está mais gasto, a digital não está clara e o mesário é que tem que abrir a votação”, disse.
Vicente Reis Santana confirmou também que houve a compactação das sessões. “Tem colégio que tinha vinte salas de votação e hoje tem dez e as sessões têm que caber os eleitores das vinte salas.”
Caso haja o segundo turno, no entanto, o juiz acredita que não haverá a mesma lentidão, pois serão menos candidatos para os eleitores escolherem.
Com informações e fotos dos repórteres Aldo Matos e Ed Santos do Acorda Cidade.