Rachel Pinto
O período eleitoral, além de movimentar os ânimos de muitas pessoas e o dia a dia da cidade, movimenta também a economia. As campanhas políticas envolvem toda uma estrutura de serviços e várias pessoas aproveitam o período para trabalhar e garantir renda.
O serviço de panfletagem e divulgação de materiais gráficos é bem característico nessa época e basta ir ao centro da cidade que se vê grupos de pessoas distribuindo panfletos, carregando e balançando bandeiras de candidatos.
Homens, mulheres e pessoas de várias faixas etárias participam desse trabalho. A maioria está na atividade devido à falta de oportunidades em outros setores e o grande desafio é aguentar 8 horas de trabalho debaixo de sol quente e rodeado de muito barulho de carros, pessoas e equipamentos de som.
Claudia Santos, de 41 anos, começou a trabalhar fazendo divulgação política há dois dias. O serviço apareceu quase às vésperas da eleição e ela não pensou duas vezes em aceitar. Mãe de três filhos, ela é cabeleleira, está desemprega e mora de favor na casa de uma irmã.
Mesmo com pouca experiência na área, ela relata que já percebeu que o trabalho é cansativo e exige muita resistência física. Cláudia passa cerca de oito horas por dia segurando a propaganda de um candidato em um suporte de madeira chamado pirulito. De vez em quando ela muda de lugar e o objetivo é divulgar ao máximo a foto e o respectivo número do político.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“Essa foi a única oportunidade que eu tive. Eu não rejeito trabalho. Procuro em todas as áreas que eu tenho capacidade e se não acho agarro as chances que surgem. Comecei a trabalhar ontem e encerro sexta-feira. Só vou receber no final de tudo. Passo o dia todo em pé e no sol. Chego em casa cansada e com dor de cabeça, mas quem precisa tem que trabalhar”, afirmou.
Cláudia disse ainda que a sua remuneração por diária de trabalho com a panfletagem é de R$ 30.
Ela comentou que espera que os candidatos eleitos pela população possam olhar mais para as necessidades do povo e inclusive para a educação e geração de empregos.
A estudante Adrielly Moura, de 18 anos, também está trabalhando com panfletagem política pelas ruas do centro de Feira de Santana e recebe R$ 50 por dia trabalhado. Ela relata que já concluiu o segundo grau e até o momento não conseguiu emprego. Continua estudando e, para garantir alguma renda, atua no serviço de panfletagem. Adrielly está há oito meses nessa atividade e além de fazer a divulgação de candidatos, distribui panfletos e informativos de algumas clínicas odontológicas da cidade.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“Eu trabalho oito horas por dia distribuindo os materiais. Foi a única oportunidade que eu consegui até o momento. Dá pra garantir uma quantia no final da semana e mesmo sendo cansativo é muito melhor do que ficar parado”, acrescentou.
O serviço de divulgação política aquece, além do mercado gráfico, o comércio de alimentação, e outras esferas da economia de transporte.