Laiane Cruz
O segundo dia da 40ª Semana Espírita de Feira de Santana, na manhã deste domingo (16), contou com a palestra do médium, conferencista e escritor Divaldo Franco, que abordou durante um seminário sobre conflitos existenciais a partir do livro do mesmo tema psicografado pelo espírito de Joana de Angellis. Também na manhã de hoje houve um momento de música instrumental e apresentações da cantora Margarete Áquila.
O evento teve início às 15h de sábado (15) e segue até o dia 23 de setembro, no Ginásio de Esportes do Colégio Castro Alves. O tema central da 40ª Semana Espírita este ano é “A era do espírito: um novo mundo, uma nova pessoa.”
Em entrevista ao Acorda Cidade, o conferencista Divaldo Franco falou sobre os principais conflitos existenciais que mais perturbam as pessoas.
“Inicialmente o problema da culpa. O ser humano parece ter herdado dos seus antepassados a grande dificuldade da culpa. É esse o fenômeno do remorso, seja de atos praticados indevidamente ou de atos que não foram praticados, daí se derivam os outros: aqueles de natureza sexual, que trazem os problemas do desamor, do ressentimento e do vazio existencial, e ao lado desses as fugas para os vícios, como o alcoolismo, tabagismo, drogadição, entre aqueles de consequências negativas mais perturbadoras”, afirmou Divaldo Franco.
Segundo ele, o espiritismo interpreta tudo isso como uma forma natural do processo de crescimento interior, pois, sem a presença de qualquer conflito, o indivíduo não avança.
“Ele entra numa espécie de marasmo, uma satisfação. Através de um conflito, ele sente o impulso de dar um passo adiante e conseguir a libertação, que se transforma no ideal de vida. Isso tem uma relação profunda com a evolução espiritual, porque nós nascemos de um conflito biológico. Desde a fecundação, o organismo feminino procura reagir a este ser e apresentar-se no momento do parto, quando a criança deixa o mundo de segurança na atividade intrauterina e passa por grandes desafios, como da respiração, evacuação e alimentação, que são fenômenos naturais desde o ventre materno”, destacou.
Nascido e criado em Feira de Santana, Divaldo Franco conta que a Princesa do Sertão foi o lugar escolhido para iniciar toda a sua trajetória de paz. Ele acredita que a evolução tecnológica simplificou muito a vida, mas produziu também grandes consequências, que são a ausência de uma ética do comportamento.
“Primeiro foi necessário que o indivíduo entrasse em competição para poder sobreviver. Depois a máquina substituiu o homem e veio a perda do emprego, o vazio existencial. Então temos hoje o grande problema de um sentimento que se alastra pelo mundo inteiro: a insatisfação. A ciência com suas respostas ofereceu uma visão que a nossa mente ainda não tem capacidade de absorver e nós estamos vivendo a ansiedade.”
O médium e conferencista deixou ainda uma mensagem sobre a necessidade de fazer o melhor por si mesmo. “Vale a pena confiar, voltar-se para o bem, oferecer mesmo quando parece ter caído. A tempestade produz muita zuada, a árvore quando tomba produz tremor, mas quando ela cresce é silenciosa.”
Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.