Acorda Cidade
Familiares do adolescente de 12 anos, que foi baleado dentro da Escola Municipal Dr. João Pedro dos Santos, localizada na Avenida Bonocô, em Salvador, afirmam que o garoto foi baleado por policiais militares.
"Eles [policiais] dizem que foi facção, mas não é verdade. O problema é que ninguém acredita. Quando fala que foi a polícia, defendem a polícia", disse a tia da vítima, que prefere não ser identificada por medo de represálias. Ela é a responsável pelo menino, que é órfão de pai e mãe desde pequeno.
Uma jovem, que é prima da vítima e também preferiu não ser identificada, disse que não é a primeira vez que os policiais atiram dentro da escola.
"Eles já têm esse mau costume de chegar atirando aqui. É a terceira vez que eles entram nessa escola assim. Ontem [terça, 11] aconteceu da mesma forma de sempre. Foi por volta de 19h30. O menino estava na escola, na capoeira. Largaram a viatura aqui na frente e entraram correndo, abrindo fogo. O tiro atingiu o bumbum e a perna de meu primo", narrou a jovem.
As mulheres relatam ainda, que os policiais bateram no menino, que já estava baleado, e o ameaçaram para que não contasse o ocorrido.
"Depois de balear meu primo, eles pegaram o menino e ainda bateram. Depois disseram que não era para ele falar que foi a polícia. Mandaram ele dizer que foi uma facção de Brotas", denunciou a prima do adolescente.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que o caso está sendo apurado pela 6° Delegacia Territorial de Brotas (DT/Brotas), com motivação preliminar de relação com a disputa pelo tráfico de drogas no bairro.
Junto com a comunidade, a família da vítima fechou metade da pista da Avenida Bonocô, sentido Centro, por volta do meio-dia. O trânsito está congestionado no local e é acompanhando por viaturas da Polícia Militar e da Transalvador.
Estado de saúde
I.S.R. mora no bairro de Cosme de Farias e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE). O menino continua com a bala alojada no corpo e ainda não foi operado. Também não há previsão de alta.
"O médico falou que não pode retirar as balas ainda para não afetar o movimento das pernas", disse a tia do menino.
Hoje, as aulas aconteceram normalmente nas escolas municipal e estadual Dr. João Pedro dos Santos, apesar da grande movimentação des policiais dentro da instituição de ensino.
Fonte: G1