Acorda Cidade
Dados apresentados recentemente pelo Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que mais de 1,4 milhão de moradores da zona rural estão conectados à internet. Este número representa um crescimento de 1.790% em relação ao último levantamento, realizado em 2006.
Com efeito, a rede é usada por um grande número de produtores rurais, que veem nesta tecnologia uma ferramenta mais econômica e eficiente para realizar suas transações comerciais. Pela internet, é possível negociar a venda de produtos para todo o país – e, dependendo da mercadoria, até mesmo para o exterior –, maximizando o aproveitamento de itens perecíveis. Desde a negociação até o pagamento, todo o processo é conduzido pela rede.
Uma outra pesquisa, realizada entre novembro de 2016 e junho de 2017 em mais de 23 mil domicílios em todo o país, mostrou que os moradores do campo não se limitam aos negócios na hora de se conectar. Nas áreas rurais, 56% dos usuários usam a internet para assistir a vídeos, programas, filmes ou séries online e 53%, para ouvir música online.
A Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) considera antecipar para 2019 a definição de padronização da tecnologia móvel de quinta geração (5G). O plano original da agência era iniciar o leilão de frequências apenas em 2020. Nas próximas semanas, já deverão ser iniciados os testes com o 5G, na faixa de 3,5 Gigahertz (GHz).
A principal preocupação é de não deixar que a oferta da nova tecnologia prejudique a recepção dos canais de TV aberta transmitidos por antena parabólica, difundida principalmente na zona rural – estima-se que 20 milhões de domicílios no Brasil ainda recebam sinal via satélite para assistir televisão.
Representantes de operadoras de celular e satélite, emissoras de TV aberta e fabricantes de equipamentos receptores – celular, computador de mesa, notebook, smart TV, console, etc. – já se envolveram nos trabalhos de preparação técnica.
Testes futuros serão conduzidos tanto em laboratório quanto em campo para avaliar a possibilidade de convivência. O esperado é que o 5G possa oferecer velocidade de download de 10 a 20 vezes mais rápida que o 4G, que, no Brasil, pode chegar a 45 Mbps.