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Pesquisa da PUC-Rio revela que, entre dois indivíduos com a mesma escolaridade, aquele que optou pela educação profissional terá 18% a mais de renda. Além disso, várias carreiras técnicas competem com formações de nível superior em termos salariais.
O estudo comparou os rendimentos de trabalhadores que fizeram cursos de educação profissional com aqueles sem esse tipo de formação educacional. Foram considerados aspectos
como gênero, idade, cor, escolaridade, região de moradia, setor de atividade e renda per capita familiar.
A conclusão principal é que fazer um curso técnico eleva de forma significativa o rendimento. O aumento médio na renda é de 17,7%, independentemente da instituição escolar.
Para Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), é necessário incorporar esse tipo de formação no currículo do estudante brasileiro, como forma de melhorar a educação e as chances de mercado profissional desse indivíduo.
“Um pequeno contingente de jovens faz educação técnica junto com a educação regular. Apenas no Brasil menos de 10% dos jovens de 15 a 17 anos que deveriam estar no ensino médio, fazem educação técnica junto com educação regular. Na média dos países desenvolvidos é acima de 50%. Acredito que a experiência deles, a gente deve levar em conta.”
A moradora de Brasília Maria Aparecida Martins, de 38 anos, trabalha como prestadora de serviço em uma gráfica e, há cerca de dois anos, começou uma faculdade em Segurança do
Trabalho. Mas viu mais chance de melhora no mercado profissional com curso técnico do que com diploma da faculdade.
“No segundo semestre, descobri que em relação ao mercado de trabalho não era válida. Empresa não é obrigada a contratar o tecnólogo. O técnico a empresa é obrigada.”
O curso termina em outubro e Aparecida já vislumbra novas oportunidades.
“Espero ter mais chances de mercado e posso ser promovida aqui dentro. Boa expectativa sim.Tem muito concurso na área. Tem muita vaga de emprego em São Paulo. Rio Grande do Norte, como sou de lá, quero fazer concurso para voltar para lá.”
O setor da indústria encaminhou aos candidatos à presidência da República uma série de propostas e defende que a educação profissional entre no programa de governo dos próximos
quatro anos.