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Embora estejam expostos aos danos provocados pelo sol, os olhos nem sempre recebem a proteção adequada para o contato com a radiação ultravioleta. Nas praias, piscinas e parques, a prioridade é sempre o cuidado com a pele.No entanto, a exposição ao sol frequente pode causar doenças ou sequelas, como a perda da visão.
A principal patologia é a conjuntivite, que consiste na inflamação da conjuntiva: membrana sobre a parte branca do olho (esclera), além da ceratite (inflamação da córnea). Olhos inchados, vermelhos, com ardência, lacrimejando, sensíveis à claridade e com a sensação de estar com areia são alguns dos sintomas. Também é comum uma secreção que gruda os olhos durante a noite.
“As mais comuns são as virais, pois o calor facilita a reprodução. Cerca de 10% dos pacientes de dezembro e janeiro estão com conjuntivite”, disse o oftalmologista Moacyr Freitas Júnior. É recomendável ficar em casa e separar as roupas para não contagiar outras pessoas.
O tratamento varia de acordo com a doença, mas o essencial é a higiene. “Limpeza com soro gelado, uso de colírios lubrificantes e compressas frias”, orienta. É necessária a prescrição médica para evitar o uso de colírios com a nafasolina, substância derivada da adrenalina que pode causar glaucoma.
Óculos de sol com proteção contra raios ultravioletas e bonés também são indispensáveis. “Sem isso, o calor na região dos olhos aumenta e evapora a umidade natural, podendo causar doenças como catarata, tumor e pterígio (tecido fibroso conhecido como carne no olho)”, diz.
Bronzeadores – As substâncias como os conservantes contidos nas fórmulas chegam aos olhos pelas mãos, causando as conjuntivites tóxicas. Em caso de contato, a recomendação é lavar os olhos em água corrente. O desconforto também pode ser amenizado com uso de compressas com água fria filtrada e lágrima artificial.
O ideal para pele e olhos é exposição no período de sol antes das 10 horas e depois das 15 horas. São os intervalos ideais para melhor absorção, ajudada pelo sol, da vitamina D – benéfica aos ossos – e para o metabolismo da vitamina A – importante para a visão. Na piscina, para evitar a irritação e queimadura química pelo cloro, o ideal é limitar o contato até três horas.
Associe o verão à saúde ocular
1 – Use óculos com lentes que filtram a radiação ultravioleta, que é maior com óculos sem essa proteção do que sem eles
2 – Use lentes com filtro inclusive nos dias nublados. A radiação ultrapassa as nuvens
3 – Câmaras de bronzeamento devem ser evitadas porque emitem radiação UV do tipo A, que penetra mais profundamente no globo ocular
4 – Evite usar bronzeador na região periocular. Pode causar alergia, conjuntivite tóxica, intensificar o escurecimento das olheiras e causar manchas
5 – Alimentos como o mamão e a cenoura têm efeito similar ao autobronzeador por depositar caroteno na pele e protegem a visão
6 – Tome bastante água. O calor do sol resseca as lágrimas e causa a síndrome do olho seco
7 – Mantenha as mãos limpas e evite tocar os olhos. O calor facilita a proliferação de bactérias e os casos de conjuntivite