Acorda Cidade
Os investimentos realizados na área de transplante durante o ano passado, pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) tiveram um impacto positivo, inclusive em municípios do interior, onde foram registradas as primeiras notificações de morte encefálica e as primeiras doações e captações de órgãos.
Em Salvador, o Hospital do Subúrbio contabilizou a primeira captação de órgãos com apenas uma semana de funcionamento, e o Hospital da Criança, em Feira de Santana, realizou sua primeira captação com pouco mais de um mês de inaugurado.
Em todo o estado, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) registrou em 2010 um total de 57 doações de múltiplos órgãos, representando um aumento de 7,5% em relação a 2009, quando foram registradas 53 doações.
Para o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, o número de doações ainda é muito baixo na Bahia, em decorrência, principalmente, do elevado índice de negativa familiar – cerca de 50% das famílias de potenciais doadores não autorizam a doação.
Ampliação do número de leitos de UTI, promoção de cursos de capacitação para profissionais de saúde, desenvolvimento de ações educativas para difundir informações sobre o processo de doação junto à população em geral, estabelecimento de parcerias entre o Sistema Estadual de Transplantes e empresas de ônibus intermunicipais, possibilitando o transporte gratuito de material biológico, e o apoio constante da Casa Civil, disponibilizando transporte aéreo para as equipes envolvidas na captação de órgãos, foram alguns dos investimentos feitos pela Sesab durante o ano passado, com o objetivo de ampliar o número de transplantes na Bahia.
Um número significativo de profissionais de saúde que atua no Sistema Estadual de Transplantes e em unidades hospitalares públicas e privadas foi contemplado com cursos de capacitação durante o ano passado. O coordenador do Sistema Estadual de Transplantes destacou a participação de dez profissionais em treinamentos realizados nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, e a realização, em Salvador, do Curso de Comunicação de Más Notícias.
Existem hoje na Bahia 3.740 pessoas em fila de espera para transplante. Segundo Moura, a falta de informações adequadas sobre o processo de doação e transplante de órgãos ainda é um dos principais obstáculos para a ampliação do número de transplantes e a consequente redução da fila de espera pelo procedimento.