Rachel Pinto
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Marcos Maurício, declarou em entrevista ao Acorda Cidade que a situação do Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, em Feira de Santana, está insustentável. As celas para os presos custodiados estão lotadas e isso aconteceu depois que o Conjunto Penal de Feira de Santana foi interditado pela justiça. Os presos estão sendo encaminhados para a carceragem de delegacia.
O sindicalista informou que o local que comporta 16 presos está com aproximadamente 40 detentos. Ele salientou que a situação não pode continuar como está e o Sindipoc vai procurar o Ministério Público (MP) para pedir ajuda e o órgão dar um prazo para o estado da Bahia cumprir o acordo firmado com o MP.
“Primeiro quero dizer que a gente não tem a caneta para resolver. A gente vai fazer a pressão para resolver e estamos mostrando a realidade para a sociedade. Houve a interdição do presídio de Feira de Santana, houve a construção de um mini-presídio com 360 vagas, e as pessoas que deveriam estar hoje administrando essa questão carcerária não cumpriram o acordo firmado com o Ministério Público e aí que está todo o problema. Se não for cumprido o acordo de tirar esses presos aqui, vamos parar a custódia. Semana que vem estaremos fechando a delegacia”, frisou.
O presidente do Sindpoc ressaltou que nas celas estão presos de facções rivais e presos doentes. Eles estão urinando dentro das celas porque o banheiro está interditado. Para ele, a situação é caótica, insustentável e atinge a integridade física dos policias civis.
“Os policiais civis que deveriam estar investigando e trabalhando nas ruas estão aqui dentro da custódia tomando conta de presos. Ontem nós tivemos aqui a revista de cela. Todos os policiais civis que estavam na delegacia trabalhando tiveram que ficar na custódia de presos fazendo revista a tarde inteira. Deveriam estar fazendo repressão ao crime e isso teve um resultado muito negativo. No estado da Bahia nós temos hoje em termos de elucidação de crimes violentos letais intencionais cerca de 5%. A polícia está sofrendo para impedir fuga, rebelião e a sociedade está pagando preço dessa ineficiência”, concluiu.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
Leia também: 'Problemas do presídio só serão resolvidos com contratação de agentes penitenciários', diz sindicalista