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Quatro pré-candidatos ao Planalto participaram nesta quinta (10) de um debate no Rio Grande do Sul sobre temas como economia, infraestrutura, educação e reformas. Uma chance de ouro para os eleitores ouvirem as propostas dos políticos que querem chegar à Presidência da República. O encontro ocorreu durante a 22ª Conferência da União dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), em Gramado, na Serra Gaúcha.
Pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes discursou para uma plateia basicamente composta por deputados estaduais e ressaltou que o país precisa de uma reforma estrutural, citando como exemplo o caos vivido na saúde pública. Ao falar sobre o combate à violência, Ciro criticou a estratégia adotada pelo governo e salientou que é preciso planejamento.
“Como é que a gente vai prometer, a sério, reverter o quadro de saúde pública caótico do país sem equacionar o subfinanciamento e os gravíssimos problemas de gestão do SUS. Nós não vamos resolver a equação da violência sem fundarmos um sistema de segurança que entenda que, modernamente, o crime organizado, o narcotráfico, as facções criminosas não são para serem enfrentados por aparato, tanque de guerra, cercar favela, apontando fuzil para cabeça de senhoras inocentes a pretexto de que no meio tem bandido”.
Quem também participou do encontro foi Manuela D’ávila, pré-candidata ao Planalto pelo PCdoB. Em fala direcionada para deputados gaúchos, em seu estado de origem, ela falou sobre investimentos em educação.
“Quando nós temos um problema, o que dizem os pré-candidatos à República, por exemplo, no tema do ensino médio? Responsabilidade dos estados, correto? Nós vamos federalizar o ensino médio, ou seja, dizem pré-candidatos e sou contra essa proposta. Nunca há reflexão sobre quais razões levam os estados a investirem menos em educação no ensino médio do que deveriam investir”.
Guilherme Boulos, que tenta se eleger presidente pelo PSOL, criticou o atual governo e insistiu que a questão econômica precisa ser resolvida através da cobrança de impostos sobre grandes fortunas, algo que, segundo ele, só não ocorre no Brasil. Além disso, disse que o povo deve voltar a ser protagonista no que chamou de “democracia frágil”.
“Essa é uma eleição, que depois de 30 anos da Constituição de 1988, também expressa os sinais de esgotamento de um sistema político que foi montado na transição da ditadura militar para essa frágil democracia que nós temos. E o desafio que está posto nesse momento é um desafio de devolver legitimidade à atuação política, e isso se faz não apenas com boas intenções. Isso se faz aproximando mais o poder das pessoas”.
O pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias, bateu na tecla da necessidade de reformas e considerou que é preciso remodelar a realidade brasileira através de políticas públicas mais eficientes, no que intitulou de “refundação da República”.
“Exatamente com o princípio da lei, que deve ser respeitada, sendo todos iguais perante a lei, o que não ocorre hoje, por isso nós estamos debatendo o fim do foro privilegiado. A refundação da República significa a substituição desse modelo político, desse sistema de governança que é uma fábrica de escândalos de corrupção, matriz dos governos incompetentes, e obviamente, com reformas essenciais, que começam por reforma política, reforma do Estado, reforma da Previdência, a reforma do sistema federativo”.
Outro tema que foi abordado por Ciro e Boulos foi a atuação do Judiciário. Os pré-candidatos enfatizaram que ninguém pode extrapolar a lei, nem interferir no jogo político ou partidário. Nas palavras de Ciro, “quem manda no país não é o Judiciário, não é Ministério Público, é o povo e sua representação.