Ilani Silva
Para muitas pessoas, final de ano é o momento de comemorar realizações, confraternizar com a família e demonstrar plena felicidade, mas para outros o período é de reflexão pessoal e stress o que pode desencadear a chamada síndrome do final de ano.
Com as emoções mais exaltadas – sentimento de alegria e tristeza mesclam-se no mesmo dia por conta de fatos que aconteceram ao logo dos anos – e a mistura perigosa entre um cardápio cheio de sal e gordura com bebidas alcoólicas torna-se uma 'bomba relógio' para quem sofre de males como hipertensão, arritmia ou depressão. Esse desgaste físico atrelado a preocupação mental foi chamada pelos americanos de "Holiday Heart Syndrome" (Síndrome do final de ano).
Segundo a psicóloga Viviane Portugal, a síndrome é conseqüência das exigências atuais de adaptação ao comportamento contemporâneo. Ela explica que a sociedade passa por momentos de transformações onde o ser humano tenta adquirir métodos de sobrevivência para se adaptar as novas mudanças, mas exige muito de si seja por questões financeiras ou condutas pessoais, e quando percebe que não alcançou os objetivos almejados, se sente frustrado por isso.
“Nós temos um baú de lembranças com os nossos primeiros valores, dessa forma o processo de culturalização acontece de forma diferente para cada um. No final de ano, somos induzidos a agir de maneira solidária, alegre e feliz. Mas, será que realmente estamos assim?”, questiona a psicóloga.
É neste momento, que as pessoas passam a refletir sobre os fracassos cometidos durante o ano e terminam acumulando um sentimento de frustração e stress, pilares da síndrome do final de ano.
Por isso, a psicóloga alerta sobre a necessidade de não se preocupar tanto com as exigências atuais, afinal “ser super homem é o que todo homem precisa, mas o herói só existe na ficção. E quando o homem percebe que não pode ter tudo entra em frustração”, revela Viviane. (As informações são do repórter Ney Silva do programa Acorda Cidade).