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Desaparecidos: Bahia registra alto índice de localização

Segundo o delegado Joelson Reis, coordenador da Polinter, a maioria dos desaparecimentos é voluntário, caracterizando-se em muitos casos como abandono do lar.

Acorda Cidade

Com um índice médio de localização de pessoas desaparecidas da ordem de 85%, segundo levantamento estatístico da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), a Bahia é um dos estados que obtêm melhores resultados, tendo sido encontrados entre janeiro e outubro deste ano 516 cidadãos em diversos municípios. Neste período foram registrados no Setor de Desaparecidos da Polinter 535 casos.

Segundo o delegado Joelson Reis, coordenador da Polinter, a maioria dos desaparecimentos é voluntário, caracterizando-se em muitos casos como abandono do lar. Os motivos variam de acordo com a faixa etária e se devem muitas vezes a pequenas desavenças domésticas, à impossibilidade de convivência e até a violência intrafamiliar.

As estatísticas apontam ainda que o sumiço de adultos ocorre em sua maioria em razão de dívidas contraídas no comércio e no mercado financeiro. No caso das mulheres adultas existe ainda o fator violência doméstica, tendo o parceiro como agressor. Os idosos geralmente desaparecem em razão da degeneração da memória e as crianças devido a problemas de falta de expressão, ou seja, por não saberem como informar que estão perdidas e indicar como algum parente pode ser encontrado.

Maus tratos

Os adolescentes costumam fugir de casa devido a maus tratos, ao casamento desfeito dos pais e também em busca de liberdade. A Polinter já constatou que o número de jovens desaparecidos aumenta nos finais de ano, quando tem início o ciclo de festas populares na Bahia. Depois do Carnaval, esses números tendem a cair, pois muitos adolescentes retornam para suas casas.

No Setor de Desaparecidos da Polinter atuam uma delegada, uma escrivã e uma equipe de policiais que trabalha diuturnamente registrando e investigando as ocorrências encaminhadas por parentes de pessoas que sumiram. O atendimento funciona 24 horas. A sede da Polinter fica aos fundos do prédio da Polícia Civil, na Piedade.

Procedimento

O trabalho investigativo tem início após os familiares das pessoas dadas como desaparecidas serem ouvidos na Polinter, cujos profissionais buscam reunir o máximo de informações, de modo a possibilitar sua localização. “Esperar 24 horas para registrar um desaparecimento é um mito. Mantemos um plantão em nossa sede, para que a qualquer hora do dia ou da noite o fato possa ser comunicado rapidamente à polícia”, assinala o delegado Joelson Reis. Quando a investigação aponta algum indício de crime, o caso é encaminhado à delegacia da área para que seja feita a instauração de um inquérito policial.

Omissão

Ao registrar uma ocorrência na Polinter não se deve omitir nenhuma informação que possa ajudar a estabelecer um quadro claro do comportamento da pessoa desaparecida. “O envolvimento dela em atividades delituosas, a exemplo de tráfico e uso de drogas, bem como problemas mentais e familiares, entre outros, devem ser comunicados à polícia”, orienta o delegado.

A família também pode ajudar a polícia a agilizar a busca, fazendo um rastreamento prévio em diversas instituições públicas, como o Instituto Médico Legal, hospitais, albergues e praças da cidade antes de se dirigir à Polinter. O Setor de Desaparecidos dispõe dos seguintes telefones: 3116- 6573 e 3116- 6591.
 

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