Mesmo em crise financeira, empresa São João continua pagando os direitos dos trabalhadores

_{Laiane Cruz}

Após o vereador Roberto Tourinho divulgar em pronunciamento na Câmara de Vereadores que a empresa de ônibus São João entrou com um pedido de recuperação judicial, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Alberto Nery, informou em entrevista ao Acorda Cidade que a entidade está acompanhado de perto a situação para garantir que a empresa continue recolhendo o Fundo de Garantia e pagando o salário dos rodoviários.

“Eu quero colocar para aqueles que eu represento é que o Fundo de Garantias está sendo recolhido religiosamente, o plano de saúde, o ticket alimentação, as férias e a previdência social também está paga, pois nós estamos acompanhando”, informou o dirigente sindical.

Ele lembrou ainda que no ano passado a empresa de ônibus do contrato anterior deu um calote nos funcionários e foi embora da cidade, e que caso a São João fira os direitos dos trabalhadores, os ônibus deixarão de rodar.

“O que não vamos permitir é que aconteça o que aconteceu no ano passado, que nós demos entrada no Ministério Público pensando que ele ia ajudar, mas as empresas deram um calote e foram embora. Nós estamos acompanhando passo a passo para que não ocorra, e se por acaso deixarem de pagar qualquer direito do trabalhador, os ônibus não rodam no dia subsequente. Nesse pedido de recuperação, os únicos prejudicados serão os credores, como os bancos que fizeram o financiamento, a Volks, e fornecedores de peças.”

Previsão

O presidente do Sindicato dos Rodoviários ressaltou que o pedido de recuperação judicial da empresa São João foi algo que já estava previsto. Segundo Nery, há um ano, quando ele era presidente da Comissão de Infraestrutura e Urbanismo, que abrangia o transporte, foi feita uma audiência pública na Câmara de Vereadores, onde os empresários informaram que estavam enfrentando dificuldades financeiras.

“Segundo eles, no edital consta que o número de passageiros transportados em Feira de Santana por mês era de 2,5 milhões, e segundo eles, eles fizeram um investimento acreditando nesse número, mas conseguiram 1,9 milhões, no máximo 2 milhões. Nós pedimos naquela época para que se fizesse uma auditoria na empresa, para saber se estavam de fato falando a verdade, não deram ouvidos a isso e as coisas vieram se agravando”.

Ainda de acordo com Alberto Nery, ele foi criticado pelo prefeito José Ronaldo ao afirmar que as empresas não teriam condições de comprar os ônibus articulados do BRT.

“Há dois meses eu chamei a atenção de que as empresas não teriam condições econômicas para investir mais R$ 10 milhões no sistema BRT. O prefeito foi para o rádio e me chamou de irresponsável por estar fazendo aquela denúncia, e agora está aí o pedido de recuperação judicial”, declarou.

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