REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

Violência no Rio põe em risco a imagem do Brasil, diz pesquisa

Todo mundo ama o Brasil, mas o país precisa de respeito, diz consultor. Para Simon Anholt, Eleição de Dilma pode criar perfil de mais seriedade.

Acorda Cidade

Imagens da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foram divulgadas nos principais jornais e TVs de todo o mundo nesta semana, expondo internacionalmente o problema da segurança pública vivido ali. Segundo estudos sobre a percepção global a respeito do Brasil, as últimas ações das forças de segurança podem começar a danificar a forma como o país é visto pelos estrangeiros.

“A associação entre o Rio e a violência e o perigo é antiga e nunca conseguiu danificar muito a imagem do país”, explicou o consultor britânico Simon Anholt, criador de estudos que avaliam a imagem internacional dos países. Segundo ele, entretanto, as ações da polícia dos últimos dias “parecem uma guerra civil” e, se continuarem, podem começar a desgastar a imagem do Brasil. “Está claro que o novo governo vai precisar agir rapidamente e de forma criativa e decisiva para resolver esses problemas, que foram ignorados por tempo demais”, disse. 

Anholt está no Brasil para participar de uma conferência a respeito da relevância da imagem do Brasil na promoção do turismo. Ele é um dos principais convidados do Seminário “A Imagem do País e a Promoção Turística Internacional”, que acontece nestas quinta e sexta-feira em Brasília, e que vai avaliar as formas como o país pode se promover para atrair mais visitantes internacionais. 

Edição eletrônica do 'New York Times' destaca imagens da ação contra o tráfico no rio de Janeiro (Foto: Reprodução/New York Times) 

Lula, Dilma e seriedade
Criador do Nation Brands Index, um ranking anual que classifica 50 países de acordo com a qualidade da sua imagem internacional, Anholt diz que o Brasil é muito bem visto no mundo, mas ressalta que o país ainda não conseguiu fugir do clichê de que é um lugar mais para festa de que para coisas sérias. 

“Todo mundo ama o Brasil, mas o país precisa é de mais respeito”, resumiu. Em 2010, o país se manteve em 20º lugar no ranking, uma posição “excelente”, segundo ele, já que é a única economia emergente entre os 20 primeiros lugares.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi importante para manter uma boa imagem, mas também foi responsável pela manutenção da “imagem errada”, segundo ele. O país ainda é visto como “pitoresco, decorativo e divertido, sem ser levado muito a sério”, disse Anholt.

Segundo o analista, o fato de a presidente eleita Dilma Roussef não ser tão carismática quanto Lula pode ter um efeito positivo neste sentido. “O que o Brasil precisa agora é de um período de crescimento, estabilidade e excelência, não de fogos de artifício”, disse. As informações são do G1) 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários