por Vladimir Aras
O então procurador da República Pedro Taques investigou o “comendador Arcanjo”, atuou no caso Hildebrando Pascoal e no escândalo da Sudam e participou de outras inúmeras investigações dificílimas contra o crime organizado na fronteira oeste do Brasil.
Depois de muitos anos de MPF, Taques deixou o Ministério Público para enfrentar as urnas. Concorreu a uma vaga de senador pelo Estado do Mato Grosso e obteve mais de 700 mil votos.
Juízes e membros do Ministério Público são cidadãos pela metade. Diferentemente de advogados, defensores públicos e delegados de Polícia, os integrantes daquelas duas categorias não podem ser votados. Não têm capacidade eleitoral passiva por interdição constitucional. Para disputarem cadeiras no Legislativo ou no Executivo, por voto popular, juízes, promotores de Justiça e procuradores da República têm de deixar os respectivos cargos, salvo os que tenham ingressado na carreira ministerial antes de 5/out/1988.
Portanto, para concorrer ao Senado, Pedro Taques foi obrigado a se exonerar do Ministério Público, onde teve uma carreira destemida e respeitada. O Brasil é um país peculiar… Homens honestos e honrados como Taques têm de sacrificar sua história profissional para servir ao País. Enquanto isto, certos políticos sujismundos, por mais sujas que sejam suas fichas, puderam candidatar-se e até eleger-se para importantes posições da Nação e dos Estados.
Em 2010, o Ministério Público brasileiro perdeu um grande membro. Em 2011, o Congresso Nacional ganhará um grande senador. Este é o Taques.