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O amor pode até doer. Mas a paixão é um analgésico poderoso, conclui um estudo feito pela Universidade de Stanford (EUA). Os pesquisadores recrutaram 15 universitários que estavam vivendo a primeira fase de um relacionamento amoroso (no máximo nove meses) e analisaram a forma como reagiam à dor física.Os alunos eram estimulados a olhar fotos das pessoas por quem estavam apaixonados, enquanto um aparelho térmico causava dores nas palmas de suas mãos. Eles sentiam menos dor quando as imagens eram exibidas.Com a ressonância magnética, a pesquisa constatou que nesse momento era ativado o centro de recompensas do cérebro, mesma área em que atuam analgésicos.
O anestesista americano Jarred Younger, um dos autores do estudo, disse que a paixão libera dopamina, neurotransmissor que dá sensação de bem-estar, também estimulado por drogas que controlam a dor.
VÍCIO
"O comportamento de um apaixonado é semelhante ao de um viciado em drogas", afirmou Younger em entrevista por telefone à Folha:
"Ficamos obcecados pela pessoa amada como um viciado fica pela droga: só pensamos naquilo e no prazer. Depois, a paixão diminui assim como o viciado passa a ficar mais tolerante à droga."
O psicoterapeuta João Augusto Figueiró, do Centro de Dor do Hospital das Clínicas, reforça: "Essa euforia causada pela paixão e as drogas inibe a sensação dolorosa."
Segundo Younger, o estudo abre uma perspectiva para novas formas de tratar crises de dor:
"Formas simples de incentivar a afetividade, como um toque de mãos com a pessoa amada, podem ser tão eficazes quanto as medicações de controle da dor. A paixão é realmente um analgésico." (As informações são do Folha de S. Paulo)