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Agência Brasil – Estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) criaram um site na internet para relatar casos de assaltos nos campi da instituição em Salvador e alertar os colegas sobre possíveis riscos e locais com mais ocorrências. O site http://100assaltosnaufba.info/ exibe um relógio que mostra o número de horas e minutos sem assaltos e é zerado toda vez que um novo relato é postado.
Nos últimos dias, o número de relatos vem aumentando. Desde 1º de dezembro, sete ocorrências foram registradas no portal, totalizando uma média pouco superior a um assalto por dia, apesar de três delas terem sido registradas ontem, de forma anônima. No início da tarde de hoje, um novo relato foi acrescentado e a contagem do tempo “sem assaltos” na instituição voltou ao início.
“Acabou de ter assalto em Dança (Instituto de Dança)”, diz um dos informes escritos por um estudante. Outros alertas aparecem com mais detalhes, como “uma amiga e eu fomos vítimas de mais um assalto dentro da faculdade! Hoje, às 14h, na biblioteca onde não tinha segurança algum por perto e o indivíduo dizia estar armado. Levou o celular e saiu na tranquilidade procurando o próximo! Até quando isso?”
No grupo da Ufba no Facebook, os estudantes comentam sobre o medo de andar nos campi e questionam a ausência de segurança. “Isso virou algo tão natural”, “Terceiro do dia” e “ Vou me surpreender quando não houver assalto em lugar nenhum”, são algumas das reações dos alunos.
A estudante de medicina, Bruna Siqueira, conta que no campus do bairro do Canela, onde estuda, a situação não é tão grave quanto nos campi de Ondina e São Lázaro. Mas, como é membro do Diretório Acadêmico do curso, resolveu procurar a Coordenação de Segurança da Ufba . E conta que ficou surpresa pelo fato de o setor ter pouco conhecimento da quantidade de assaltos e repassou aos colegas a importância de registrar todas as ocorrências na instituição.
“Há uma sensação de insegurança. Conheço outras universidades onde o controle de pessoas é feito. Sei que a Ufba está pensando em controlar a entrada de carros e motos, mas isso somente não resolve, porque há assaltantes a pé”, declarou Bruna. Para ela, outra coisa que poderia ajudar “seria a cação de uma guarda universitária, porque os vigilantes da Ufba não são treinados para lidar com os nossos problemas, e a instalação de mais câmeras de segurança”.
Procurada pela Agência Brasil para falar a respeito do problema, a Ufba enviou uma nota à comunidade acadêmica dizendo que “a universidade mantém contratos de prestação de serviços de vigilância, portaria e monitoramento eletrônico de suas áreas, para os quais desembolsa recursos da ordem de R$ 38 milhões por ano, o que representa 30% de seu orçamento de custeio”.
Além disso, afirma que esse modelo de segurança “tem sido bem sucedido ao longo dos anos”. A Ufba informou ainda que passará a monitorar a entrada de motocicletas e carros nos campi, na tentativa de amenizar o problema dos roubos.