Acorda Cidade
Caracterizada como uma doença inflamatória crônica, a doença de Crohn (DC) afeta o sistema gastrointestinal, com local de hospedagem que pode ir desde a boca até o ânus. Segundo João Paulo Barbosa, gastroenterologista do Hapvida Saúde, os sintomas mais comuns são perceptíveis na região da barriga. "É comum que a DC apresente sintomas como dor abdominal, principalmente na região inferior à direita, seguidos de diarreia crônica, sangue nas fezes, perda de peso e fadiga", explica o médico.
Ainda de acordo com Dr. João Paulo Barbosa, a DC costuma-se alojar em indivíduos predispostos geneticamente e em pessoas que estão passando por problemas emocionais. "A causa da DC ainda não está esclarecida. Acredita-se que o estresse emocional pode servir de gatilho para o surgimento da doença em indivíduos predispostos e induzir à recaída da doença em pacientes já com o diagnóstico. Observa-se também que o estresse está envolvido na mudança da microbiota intestinal e desregulação imunológica, o que deixaria o indivíduo mais suscetível ao surgimento da doença”, diz o especialista.
É sabido que em alguns casos a doença pode se manifestar de forma diferente e ser detectada sem a manifestação de nenhum sintoma. Nesses casos, em que os sintomas são nulos, a DC é diagnosticada quando o portador apresenta alguma dor aguda e é levado para fazer exames específicos. Já nos casos em que os sintomas se manifestam, classificam-se de leves a moderados quando se apresentam com quadro de diarreia frequente, dor de barriga e sem febre, e de moderados a graves nos pacientes com febre, perda de peso, dor abdominal, náusea, vômitos ou anemia.
O médico explica que o tratamento é de acordo com o quadro que o paciente se apresenta, podendo usar métodos como a utilização de medicamentos imunossupressores, que são utilizados para ajudar na diminuição da quantidade de células inflamatórias no corpo ou através dos medicamentos imunomoduladores, que inibe a atividade do sistema imunológico, de forma que ele não pode mais causar o processo inflamatório crônico característico da doença.
"Já na fase mais aguda, podemos introduzir o uso de corticóides para atingir a remissão da doença. Em casos mais avançados que evoluem com complicações, pode ser necessário o tratamento cirúrgico. Lembrando que a indicação desse tratamento deve ser sempre compartilhada entre o clínico e o cirurgião", finaliza Dr. João.