Rachel Pinto
Alunos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (21), no campus universitário, para chamar a atenção sobre o risco de a universidade parar de funcionar em virtude dos cortes de orçamento que afetam os prestadores de serviços, os estudantes bolsistas e também a continuidade do restaurante universitário.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Lázaro Silva, estudante e residente da Uefs, disse que a mobilização busca dialogar com estudantes e professores e pensar as condições em que a universidade está funcionando.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Estamos parando a Uefs para iniciar o diálogo com os estudantes e professores no sentido de mobilizar a universidade como um todo e debater as pautas nacionais, como a PEC 241, as condições de pagamento da universidade e os cortes de orçamentos. Ouvir o máximo de pessoas no sentido de construir e debater tendo em vista que a universidade como um todo corre risco. Funcionários estão sem receber o seu salário, bolsistas estão sem receber. Nossa ideia é tentar entender que o momento que o Brasil passa, que Feira de Santana passa e que a Uefs passa não diz respeito só aos professores, mas toda a sociedade feirense de um modo geral. É uma situação preocupante e alarmante", afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Pais de estudantes também participaram da manifestação nesta manhã e ainda segundo o estudante Lázaro, a universidade pode parar a qualquer momento.
“É uma política contra a educação pública, que diz respeito a todos os estudantes das escolas públicas, estaduais e da sociedade como um todo", acrescentou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
NOTA DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DA UEFS CONTRA A PEC 241
Reivindicações históricas da classe trabalhadora e de setores democráticos da sociedade levaram a que o direito de todos à educação e à saúde fosse reconhecido e consagrado no Artigo 205 da Constituição Federal de 1988. Esta conquista histórica do povo brasileiro está, agora, ameaçada pela PEC 241/16, proposta pelo governo de Michel Temer, que prevê o congelamento por 20 anos do gasto público, inclusive dos recursos para saúde e educação. Se aprovada, esta medida põe em risco o patrimônio e a manutenção das atividades, inviabiliza as imprescindíveis expansões dos sistemas de saúde e educação e inicia a destruição até mesmo das pequenas conquistas obtidas nessas áreas. Para a universidade pública, que já sofre com os efeitos devastadores do estrangulamento orçamentário atual, o golpe pode ser fatal. A Reitoria da UEFS se solidariza com os que se erguem na luta contra esta proposta. Um futuro construído com base na destruição de direitos só pode interessar a uma pequena minoria.
Feira de Santana, 21 de outubro de 2016
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.