Educação

Núcleos de Educação Profissional do Campo vão ser criados na Bahia

Os núcleos objetivam levar as práticas pedagógicas ao meio rural alinhadas ao ensino profissional.

Acorda Cidade

A Bahia vai implantar Núcleos de Educação Profissional do Campo na Bahia. Para isso, a Secretaria da Educação do Estado vem discutindo a criação dessas unidades com representantes de movimentos sociais, secretarias estaduais, universidades e o Instituto Federal Baiano (IF Baiano). Os núcleos objetivam levar as práticas pedagógicas ao meio rural alinhadas ao ensino profissional.

Os núcleos vão ser formados nos Centros de Educação Profissional, oferecendo cursos nas áreas de agropecuária, alimentos, meio ambiente -, e também em locais com atendimento à população rural ou forte demanda de movimentos sociais, a exemplo dos centros situados nos territórios de identidade Velho Chico, Sisal, Piemonte do Paraguaçu, Recôncavo, Litoral Sul, entre outros.

Inserido no Eixo 3 do programa Educar para Transformar – Um Pacto pela Educação, a iniciativa foi discutida quinta-feira (25) durante encontro no auditório da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador. A intenção é constituir um espaço de integração de políticas de trabalho, educação, desenvolvimento rural e territorial, com atuação de professores da rede estadual.

O foco é a realização de estudos, capacitação, além da troca de experiências com Escolas Família Agrícola e outras entidades que tenham experiência em educação do campo. Também visa possibilitar a participação e retorno de estudantes, oriundos do meio rural, à discussão do currículo e metodologias dos cursos sob a ótica da Educação Profissional.

Parcerias

No encontro, o superintendente de Desenvolvimento da Educação Profissional do Estado, Almerico Lima, ressaltou a necessidade da criação dos núcleos. De acordo com ele, a Bahia tem a maior população rural do País e há muitas demandas do ensino profissional no campo. “Essa parceria com os movimentos sociais, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), universidades públicas, como a UFRB [Universidade Federal do Recôncavo da Bahia] e o Instituto Federal Baiano, vai nos permitir […] construir uma ação mais consistente […]”.

Almerico afirmou que “os núcleos vão potencializar os cursos já existentes e trabalhar com a demanda que vem dos movimentos e da própria política de desenvolvimento territorial e rural. Os cursos são técnicos ou de formação inicial específicos do meio rural, como agropecuária, ou de áreas, como a saúde, que tem a ver com o bem- estar da população rural”.

O coordenador geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Fetraf), Rosival Leite, também destacou a importância da iniciativa. “Pensamos que a educação do campo [precisa] contextualizar a questão da renda, de manutenção do jovem no campo”.

A Pró- Reitora da UFRB, Tatiana Veloso, e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano), Geovane Barbosa do Nascimento, colocaram suas instituições à disposição quanto à formação continuada de professores da rede estadual, seja na educação do campo ou em disciplinas técnicas dos cursos mais procurados pela população rural. Representantes dos diversos setores da SDR também se prontificaram a contribuir com o adensamento e alinhamento dos cursos técnicos na perspectiva agroecológica e da educação do campo.