Dados confirmados

Vírus da dengue, chikungunya e zika se alastram em Feira de Santana

O serviço de Vigilância Epidemiológica (Viep) não confirma se a cidade está vivendo uma epidemia, mas o setor técnico da secretaria municipal de Saúde está atento para essa situação.

Daniela Cardoso e Ney Silva 

Vem crescendo de forma muito significativa o número de pessoas afetadas por dengue, chikungunya e Zika em Feira de Santana. O serviço de Vigilância Epidemiológica (Viep) não confirma se a cidade está vivendo uma epidemia, mas o setor técnico da secretaria municipal de Saúde está atento para essa situação.

Os dados da Viep confirmam que em 2014 só de dengue foram notificados 1.887 casos. Confirmados, foram 708. De janeiro a abril de 2015 foram notificados 605 casos com a confirmação de 62. Já os casos de Chikungunya neste ano de 2015, foram notificados 1.177 e confirmados 182. Com relação ao vírus Zika, existem 47 casos suspeitos, mas que aguardam resultados de exames laboratoriais para indicar se são ou não o novo vírus. Os casos confirmados dos três vírus constam no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam), do Ministério da Saúde.

O número de casos dessas doenças pode ser bem maior do que foi informado pela Vigilância Epidemiológica. A todo momento as pessoas se dirigem as unidades de saúde do município (Unidade Básica de Saúde – UBS, Unidade de Saúde da Família – USF e policlínicas) em busca de atendimento. As pessoas são referenciadas para a Viep e a contabilização dos casos notificados e confirmados, ocorre de forma muito lenta. De acordo com a enfermeira sanitarista Maricélia Maia, que é técnica da Viep, os números apresentados ao Acorda Cidade nesta terça-feira (5), estão defasados, não sendo possível apresentar um número exato.

Maricélia Maia explica que comparado a outras regiões do Brasil, a cidade de Feira de Santana ainda está em situação bem melhor. Mas ela ressalta que é uma situação delicada com relação a outros municípios vizinhos devido a entrada do vírus Chikungunya em setembro do ano passado. “Desde então estamos trabalhando com a circulação simultânea dos vírus da dengue e da Chikungunya”, afirmou.

De acordo com a enfermeira, a maioria dos casos que está sendo acompanhando pela Vigilância Epidemiológica é de pacientes com o quadro clínico mais compatível da Chikungunya do que da dengue. Mas ela ressalta que isso não significa dizer que não há casos de dengue.

Sintomatologia da dengue e Chikungunya

Segundo Maricélia Maia, os sintomas das duas doenças são parecidos apenas no início, ou seja, na fase aguda. Mas com a experiência acumulada pelo atendimento aos pacientes, ela afirma que já se consegue diferenciar. “No caso da dengue, os pacientes se queixam da febre e de dores no corpo, que a gente chama de mialgia. A dor não tem a localização marcada e o paciente se refere a uma dor mais muscular”, esclarece.

Já o paciente com Chikungunya, informa Maricélia, descreve um quadro clínico parecido com o da dengue, mas se destaca bastante a febre alta e a dor é poliarticular, que significa nas articulações, a ponto de limitar a movimentação do doente, o que é percebido no caminhar.

A técnica disse também que com relação a Chikungunya, a Vigilância Epidemiológica vem tendo dificuldades na realização dos exames específicos para comprovação desse vírus. Maricélia informou que nesses casos vem fazendo o acompanhamento clínico dos pacientes, pois a doença causa dores articulares, o que não ocorre com a dengue.

Vírus Zika

Sobre a circulação do vírus Zika em Feira de Santana, Maricélia Maia disse que a equipe da secretaria de Saúde começou a perceber que algumas pessoas tinham o quadro de exantema, que são pequenas manchas avermelhadas pelo corpo, mas que não tinham um quadro compatível nem com dengue e nem com chikungunya. “Ao perceber essa mudança a gente começou a atender esses pacientes, a princípio, como se fosse dengue. Orientamos hidratação, repouso e solicitamos os exames para afastar a suspeita de dengue”, afirmou.

Pessoas com sintomas das doenças procuram Vigilância Epidemiológica

O soldador Sérgio de Barros, morador do bairro Queimadinha, desconfia que esteja com chikungunya. Ele e outras pessoas foram referenciados por unidades de saúde e estão procurando a Viep, que funciona no prédio da secretaria municipal de Saúde. No local, são feitos exames específicos para a identificação de vírus.

Sérgio informou ao Acorda Cidade que sente dores de cabeça, nas articulações e por todo o corpo e que esse fato vem ocorrendo também com vários moradores do bairro Queimadinha. “Eu fui na policlínica e só passaram pra mim um remédio paliativo. Depois vim aqui na secretaria de Saúde para saber o resultado e a identificação se estou com Chikungunya ou dengue”, afirmou.

Situação semelhante a de Sérgio, está enfrentando a dona de casa Carmosina de Jesus Borges, que mora no conjunto Feira VI. Ela garante que conhece pelo menos umas 30 pessoas no local que estão com dores, febre e inchaço nas articulações, o que leva a desconfiar que é a chikungunya. Ela também estava aguardando o resultado do exame de sangue. “Estou toda inchada, não consigo dormir de tanta dor”, afirmou. 

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