Funcionários do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, realizaram na manhã desta quinta-feira (27) um abraço simbólico em frente à Administração e ao Pronto Socorro da unidade.
O objetivo da mobilização é chamar a atenção da comunidade para a possibilidade de publicização do hospital. De mãos dadas, eles fizeram um círculo, e com gritos de ordem diziam: "Não, não, não, não à privatização".
De acordo com o diretor do Sindicato que representa esses profissionais na Bahia (Sindsaúde), Reginaldo Ribeiro, os funcionários do HGCA vivem em clima de apreensão após o anúncio de que o Clériston poderia ser publicizado. Aumenta essa tensão a mudança na direção do hospital.
O diretor afirmou ainda que a possibilidade de o HGCA se tornar um hospital escola no futuro, sob a administração da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), poderá trazer mais alívio aos trabalhadores.
“A universidade já é uma parceira do Clériston Andrade há muito tempo, e não seria diferente do que é hoje, praticamente um gestor compartilhado, que foi uma das propostas do sindicato, diante do Conselho Estadual de Saúde, que fizessem uma gestão compartilhada com a Uefs ou com outra universidade”, informou Reginaldo Ribeiro.
Mãos dadas
A enfermeira Ana Souza, servidora do HGCA há muitos anos, disse estar muito feliz com a iniciativa dos trabalhadores, fazendo uma referência às manifestações que ocorrem em todo o país. “Já devia ter acontecido antes. É incomodo pra nós ver o hospital faltando tudo, principalmente dignidade”, declarou a enfermeira.
Segundo ela, a comunidade tem acompanhado a situação vivida pelos trabalhadores, além das cartas abertas dos profissionais médicos denunciando a falta de medicamentos no local e a falta de condições de trabalho.
“É necessário que vocês acompanhem e vivam isso conosco. Não adianta falar, é necessário comprovar dados e fatos. Nós estamos conclamando mais dignidade para este espaço que serve mais de 100 municípios, nas piores condições que você pode comprovar”, desabafou.
Questionada sobre a
exoneração de toda a direção do hospital e a posse de um novo diretor, ela falou que as expectativas são as melhores. “Mas se o novo diretor chegar aqui com as práticas antigas, só haverá reprodução. Nós esperamos do governador que ele tome uma posição de apoio e que possibilite para este hospital ser realmente uma referência nas urgências e emergências”, disse.
Uma das manifestantes, Márcia Machado Carneiro, discursou no local da manifestação. Ela lembrou que está previsto na Lei 8080 que o Sistema Único de Saúde é universal e deve ser igualitário.
“A gente precisa que as portas estejam abertas e que o serviço seja de qualidade. No momento em que os trabalhadores se reúnem para lutar pelos seus direitos, nós estamos dizendo: precisamos de condições adequadas de trabalho”, declarou.
As informações e fotos são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.